Aula 04 - Síndromes Motoras 2
Descubra como as síndromes extrapiramidais emergem da disfunção dos gânglios da base, desde as primeiras descrições de James Parkinson até os avanços modernos em neuromodulação.
Síndromes Motoras 2
As síndromes extrapiramidais são distúrbios neurológicos que afetam o controle e a regulação dos movimentos involuntários, resultantes de disfunções nos gânglios da base e suas conexões com o córtex motor e outras estruturas subcorticais. Essas síndromes podem se manifestar por meio de tremores, rigidez, bradicinesia e discinesias, comprometendo a fluidez e a precisão dos movimentos.
O conceito de um sistema motor extrapiramidal surgiu no século XIX, quando médicos como William Richard Gowers (1845-1915) começaram a diferenciar os distúrbios do movimento associados aos gânglios da base daqueles causados por lesões na via corticoespinal. Jean-Martin Charcot (1825-1893) desempenhou um papel fundamental na caracterização da doença de Parkinson, descrevendo seus principais sintomas e introduzindo o termo "rigidité plastique" para descrever a rigidez característica.
No século XX, Harold Wolff (1898-1962) e C. David Marsden (1938-1998) aprofundaram a compreensão dos circuitos dos gânglios da base e sua relação com doenças como a coreia de Huntington e a distonia. James Parkinson (1755-1824), em sua monografia An Essay on the Shaking Palsy (1817), descreveu pela primeira vez a doença que levaria seu nome, estabelecendo as bases para seu diagnóstico clínico.
Com o avanço da neurociência, pesquisadores como Mahlon DeLong e Thomas Wichmann contribuíram significativamente para a compreensão dos circuitos motores dos gânglios da base, possibilitando o desenvolvimento de terapias como a estimulação cerebral profunda (DBS) para distúrbios extrapiramidais graves. A contribuição desses médicos e cientistas foi crucial para a evolução do conhecimento sobre os distúrbios do movimento, permitindo abordagens terapêuticas mais eficazes e uma melhor qualidade de vida para os pacientes afetados.
